domingo, 4 de maio de 2014

Com proposta de som crítica, banda Fatho apresenta um estilo diferente




No fim do mês de Abril, o NX ZERO comemorou seus 13 anos de carreira sob um show no Espaço Victory e com quatro bandas de abertura, e eu estava lá cobrindo essa festa. Entre esses grupos que antecederam o conjunto liderado por Di, um deles era a banda Fatho, que chamou minha atenção o suficiente para tentar uma conversa com eles e conhecer melhor aquela galerinha de São Caetano do Sul. Guilherme Porto (vocal), Felipe Del Bianchi (guitarra), Bruno Freitas (baixo), Juninho Livero (bateria) e Marcelo Catanzano (percussão), falaram comigo, enquanto rolava o show do Valense. No olhar de cada um era possível notar a ansiedade de entrar naquele palco antes do principal show da noite. Além de ser um grupo que trabalha as letras de maneira diferente daquelas que estavam lá, a banda Fatho foi a única que não executou covers, apresentaram um repertório baseado no disco auto intitulado, que trabalha as letras mais críticas sociais,"Tentamos passar em nossas músicas toda a realidade que enxergamos na sociedade, o nome da banda por exemplo é para representar a ideia de fatos", explicou o vocalista Guilherme Porto, ao falar sobre o que a FATHO se propõe. 



Por Rafael Marinho

Apesar de serem novos no cenário musical, o grupo mostra um bom entrosamento e parecem cada vez mais confiantes no que fazem, "O legal da nossa música, é que faz o pessoal pensar através dela", disse o baixista Bruno Freitas, em um determinado momento da entrevista que fiz com eles, e que você pode conferir abaixo.


Nas músicas que vocês fazem, vocês não se prendem apenas ao lado crítico social, certo?

Felipe Del Bianchi (Guitarrista): Não, passamos mensagens também para um bem coletivo, motivacionais, amor (família). Ou seja, colocamos as ideologias e realidade de cada um nas músicas.




Notei várias influências no trabalho do grupo, quais delas vocês mais destacam?

Felipe Del Bianchi: Sim. Eu por exemplo tenho mais da vertente do rock clássico e do reggae. O Marcelo (Percurssão) da MPB e assim vai... Além disso, procuramos colocar nossas características para criar nosso som, nossa verdade.

Como analisam o circuito  de bandas independentes em São Paulo, São Caetano, e em outros lugares que o FATHO já tocou?

Bruno Freitas (Baixo): Em partes, há uma união legal, nem sempre. Acho que de 40 bandas que já tocamos, cinco foram as que mais se identificamos, e depois do show, marcamos um certo intercâmbio de bandas. Que corresponde a gente participar de um show deles, eles tocaram em um outro mesmo local que a gente, e assim fazer algo legal não só para o nosso público, como também para o deles. Porém, ainda acho que falta mais um pouco dessa união.

E vocês já cogitaram a ideia de compor juntos com algumas dessas bandas?

Felipe: Sim... Temos essa pretensão, de por exemplo o Bruno fazer o baixo no som de uns de nossos amigos lá de São Caetano e o Guilherme participar no vocal. Essa ideia passou sim por nossa cabeça e vamos trabalhar isso. O bom é que através disso, teremos chance de alcançar um outro público a ouvir nosso som.


Vocês tocaram no assunto de fazer shows com outros colegas... Agora me diz, já passaram por problemas com produtores de casas?

Felipe: Sim. Costumo dizer que existem dois tipos de produtores: Os que visam o lucro e não estão nem ai para seu som. E aqueles que valorizam o seu trabalho, porém é muito pouco ainda. Ainda mais por nós, que fazemos músicas autorais, sofremos bem mais com isso, pouco lugar dá espaço. 
Tem cara que não está nem ai, a receptividade é horrível, não oferecem nem água, além da maioria não pagarem. Enfim, acredito que poucos lugares dão uma boa hospitalidade.


Vamos falar sobre o disco "Fatho", quanto tempo de preparação e como foi?

Bruno: Ahh. Foram nove meses de preparação, gravação, mixagem e etc... As letras já estavam prontas, dois anos depois que começamos com a banda (2009), então o lado trabalhoso mesmo foi depois para entrar em estúdio.


As referências principais nesse trabalho de vocês chegam a que bandas?

Felipe: Temos nossas influências, e nós fizemos algo que sempre estamos inspirados a fazer. Nós temos referências de, Raimundos, O Rappa, Nação Zumbi, Red Hot Chili Peppers, e um pouco da MPB. Através de uma mistura de vertentes, nós não nos preocupamos em rotular nosso som. É isso ai e pronto.


Dentro do disco, a faixa "Abençoa" ganhou um clipe. A ideia de produção partiu de quem e foi difícil a preparação dele?
Bruno: Então. Quem dirigiu o clipe foi o Cristiano Stern, no Estúdio Mosh. Nós chegamos com a letra para ele, dias depois ele nos apresentou uma ideia de roteiro e por ali nós falávamos como nós queríamos ele finalizado. O vídeo, gravamos em dois dias, mas o que demorou mais foi a pós produção, que passou por mais de um mês.

        



Além disso, a Fatho tem ideia de lançar algo esse ano? Algum novo clipe do disco?

Guilherme Porto (Vocalista): Então... Talvez, em julho entraremos em gravação para um novo single. Mas, a ideia é de divulgar o disco atual para o restante do ano. Por enquanto não temos ideia de novo clipe. Só um novo single para esquentar o pessoal para um novo trabalho.

Como a crítica e os fãs tem reagido a esse disco de vocês nos lugares por onde tocam?

Bruno: O legal de nossa música, é que faz a galera pensar pra entender a letra. Então muita gente elogia, no facebook, em shows mesmo...

Felipe: O fato é que hoje em dia o público brasileiro não está tão acostumado com letras maiores, ou que sejam mais difíceis mesmo. Foi se o tempo que a maioria escutava aquela música para apreciar. Entendo que no contexto geral, falando em massa, o Brasileiro para música deve estar doente, em coma, com alguma doença rara não descoberta, não sei definir... Mas é isso.


Bom, galera... Eu agradeço ao pessoal do Fatho que falaram comigo numa boa e me receberam bem demais. Foi um prazer conhecê-los e ouçam o som dos caras!





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