sábado, 22 de novembro de 2014

Sem muito holofotes Sampa Music Festival manteve a qualidade


Domingão. Aquele tédio que antecede uma segunda - feira para o trabalhador brasileiro e que cada um procura aproveitar da sua maneira, seja tirando aquele cochilo, tomar um sol na laje de casa no Parque do Ibirapuera ou até mesmo curtir ao Sampa Music Festival, que chegou a sua 12ª edição. 

Cada vez mais reconhecido como um evento voltado para o melhor da cena independente, o SMF desta vez apostou numa programação mais variada, sem as mesmas bandas de edições anteriores, ou outras que não tocavam a algum tempo por ali.

Desta vez, fui com um coleguinha de twitter, o Fabricio (@o_fresna) eu pela 4ª vez e ele pela primeira vez. Me atrasei um pouco, mas a tempo de ver os amiguinhos da banda Fatho, que como sempre, souberam fazer o que se propõe de melhor, e conseguiram a proeza de ser um dos grupos que mais se destacaram antes dos principais. Eles mesclam ritmos como, soul, hardcore e tem uma influência muito legal de Chico Science e Nação Zumbi, sem deixar de falar que as letras politizadas dos caras também são algo que ganhou muito o público que ali estava, sedento por coisa nova e de qualidade. A faixa "Abençoa" foi a melhor executada, entre outras, como "A Ordem".


Foto/ Facebook pessoal
BRUNO - BAIXISTA (Fatho)
O Legado era uma estreia, banda iniciante de Thiago Castanho (Ex - CBJR) junto com Yuri Nishida (Ex NX Zero, Granada) que ainda tem poucas músicas, mas conduziram legal o show deles com canções próprias e ao final o ex guitarrista do Charlie Brown Jr. cantou "Só os Loucos Sabem".

Saint Dogs, foi um grupo que estava lá, mas não me chamaram muito a atenção pela performance. Enxerguei eles no festival como aquele voto para Levy Fidelix na presidência. Talvez algum problema técnico tenha interferido no som ao vivo dos caras, não me ganharam nenhum pouco, falta experiência. O nervosismo essas horas deve falar muito alto. 

Mercúrio Cromo entrou de forma bonita de ser, não digo a entrada do grupo no palco (Risos). Falo pelo modo que eles performaram, pessoas bem próxima a grade e eles não fizeram feio, mostraram de fato que tem potencial.


Foto: Rafael Marinho
Lembra bastante o Canisso (Raimundos)
Foto: Rafael Marinho
Vocalista - Fernando Menezes




O grupo está prestes a lançar CD novo e deram um pouco a entender do que vem por ai. Facebook Mercúrio Cromo

Foto por: Rafael Marinho
Não sou baterista, mas to muito solitário aqui.

O frontman da banda, Fernando sabe chamar o público pra eles e tem uma voz bem postada com relação a seus instrumentistas... 



Homens trabalhando!
A banda Faith fizeram um show responsa. Confesso que não conhecia as músicas dos caras, o repertório e a proposta de som. Ao entrar para a área de imprensa, olhei para aqueles caras e logo pensei que eu poderia sofrer uma tortura sonora - porque é o que penso as vezes quando não conheço um grupo - MAS, NÃO. Eles fizeram um som classe A, como fazem mesmo de fato. Claro, que ao olhar certos elementos em relação a sonoridade dos caras, eu percebo que tem muito a evoluir, no entanto, a de convir que ao vivo não são uma decepção e, obviamente, vão melhorar muito ainda no quesito gravação e produção musical.









 A banda Instinto teve uma apresentação muito acima do nível, os caras devem ser mais incluídos em shows pela capital, porque o grupo natural do ABC Paulista, que participou recentemente do Superstars da REDE GLOBO (E foram eliminados de forma injusta pelo público que elegeu banda Malta) tem um rock que dá gosto de se ver. Além da presença de palco incrível do vocalista Thaigo (SIM NÃO HOUVE ERRO DE DIGITAÇÃO), os instrumentais são sempre bem impostos, pesadas. O baixo em sincronia com a bateria e as guitarristas, mostra que o Instinto bebem muito da fonte de uma vertente clássica, como Motorhead e Velvet Revolver.
Eles tiveram um bom retorno com as músicas, "Pega Ladrão" e também posso dar meu destaque para a última tocada, a mais antiga "Abro os olhos pro mundo".




As vezes ele não queria cliques


Honra chegou, fez o básico. Apresentou seu trabalho e agradou uma ala do público e deixaram outros ansiosos para a hora que Medulla subisse ao palco. Haviam pessoas entusiasmadas, sim. Mas, faltou um pouco de carisma por parte de seus integrantes. 






Supercombo entrou e, apesar dos problemas com a afinação dos instrumentos, eles souberam dosar bem do palco e com o carisma Leo, Carol e Cia transmitiram de forma satisfatória o que eles se propõe, algo bem produzido  carregada de versos interessantes.


Músicas como: "Campo de Força", "Fundo do Mar" e ''Cebolas'', fizeram da noite da Supercombo e seu público algo memorável, pois o vocalista Leo Ramos comentou e destacou a primeira vez que eles tocaram no festival. PRIMEIRA DE MUITAS.









                                        






Os cariocas do Medulla também pisaram pela primeira vez no palco do Sampa Music Festival. Apesar de muita pose e uma ótima presença de palco, os vocalistas Keops e Raony precisam melhorar suas técnicas vocais, tirando esse fator, a exibição não foi decepcionante, tem uma boa energia. Os meus destaques foram: "Eterno retorno" e "O novo".

Tu lembra qual música que é agora, mano?










O Dance Of Days fez teve uma exibição muito acima do nível em relação a outras que ali estavam. Liderado pelo Nenê Altro, o grupo sempre é sinônimo de boa performance e muito bate cabeça. 

AO ATAQUE!

Nenê também, entre uma música e outra fazia questão de falar com o público, eis que uma hora ele deixa um recado contra a homofobia. "É complicado que em pleno ano de 2014 ainda há preconceito sexual com gays e lesbicas... Deixem que cada um seja feliz, todos somos um só, DIGA NÃO A HOMOFOBIA, galera!", disse o líder do DoD



Em relação as músicas, meus destaques poderia ser para o show quase por inteiro, mas "Adeus Sofia", "Se essas paredes falassem" e "Um dia Comum" que abriu como se fosse aquela melhor bolacha (OU BISCOITO) recheada de chocolate.


                                               




Aliados ao entrar no palco


Sobre o Aliados. Eu esperava mais desta banda. DE VERDADE. Primeiro que vi um erro eles serem head liner do Dance Of Days, pelo que fizeram. Fazia algum tempo que eu não assistia a uma apresentação do grupo santista de Gustavo Fildzz, e essa em questão do SMF 12 foi muito fraca.






Ao começar com "Somos todos noizz" deu a falsa impressão de que ali seria uma introdução perfeita para uma noite muito empolgante com os Aliados. Mas não, já presenciei, bem antes, bailes melhores do grupo. Que fecharam com "Sorrindo", esta foi a parte bonita de se ver, com o público cantando junto.



 





                                        




E o Strike, que demoraram um pouco para começar por estarem preparando todo o áudio e a afinação dos instrumentos. Eu particularmente, vi um grupo que estava ali apenas para satisfazer aos seus fãs e tentar ganhar um pessoal com covers, pois tocaram canções novas, das antigas também, como "Fluxo perfeito". 
AHHH... Marcelo puxou Charlie Brown Jr, (Papo Reto, Dias de Luta, dias de gloria) Green Day, e ao perceber que uma parte do público já pedia por CPM22, ele junto ao seu DJ foram também de Planet Hemp. Ou seja, o Strike se virou como pôde não só para seu público, como para os outros que estavam sedentos pelo som do CPM.

Que entrou logo com o "O Mundo dá voltas" depois, não pararam por ai e já emendaram "Desconfio" bem ao estilo CPM22 com muito bate cabeça e a casa já completamente cheia para presenciar a última apresentação do grupo paulistano que nunca perde seu público, e tem sim uma música ou outra na ponta da língua de muitos que não são fãs.


BADAUI NO GRAU!



Badaui, estava muito bem. Impressionante a maneira em como o vocal dele melhorou consideravelmente e manteve por quase 20 músicas tocadas.







Ele agradeceu pela organização do Festival e lembrou que foi a segunda vez que fecharam o SMF. Apesar do atraso na apresentação dos veteranos, o evento terminou pouco antes da 00h de domingo, e foi um SAMPA MUSIC FESTIVAL bem satisfatório, apesar de ter sido uma surpresa certas presenças na line up. VAMOS ESPERAR PELA PRÓXIMA EDIÇÃO E, AQUI FICA A MINHA TORCIDA PARA QUE LEVEM SEMPRE BANDAS DIFERENTES, PORQUE A CENA INDEPENDENTE MERECE DIVERSIDADE.


Fotos: Rafael Marinho e Fabricio Tavares
Texto por: Rafael Marinho

Nenhum comentário:

Postar um comentário