quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Foo Fighters na sua melhor forma

Um show elétrico, enérgico, pouco mais de 2h00 de duração, de baladas ao grunge, de  puro Rock n’ Roll “cru” e entrosado. Essa é a impressão que a banda formada em 1995 pelo ex-baterista do Nirvana, Dave Grohl, deixa naqueles que dedicam um pouco do seu tempo a assistir um show do Foo Fighters nos dias de hoje.
O que me motivou a criar esse texto, foi assistir ao show da banda no Reading Festival, que acontece na Inglaterra durante o feriado bancário de agosto.



Ao descer o feed de notícias do meu Facebook, logo de cara vi uma postagem de um vídeo do Foo Fighters no festival, tocando após muitos anos a música “Alone + Easy Target” do primeiro álbum. Uma das melhores músicas da banda, uma das mais tocada e a mais Grunge do grupo, o que deixa clara a influência do Nirvana nas veias de Dave Grohl.



No dia seguinte o show completo do Foo Fighters no Reading Festival já estava no Youtube, e poderia ser conferida toda a performance da banda nas 2h20 de duração que teve o show.

Como de praxe, a banda sobe ao palco no mais alto volume possível, com os guitarristas Chris Shiflett, Pat Smear e Dave Grohl, sem nenhum arranjo, solo ou riff combinado, cada um fazendo o que bem entenderem com suas guitarras. O início do show é frenético. Quando todo mundo entende que é o Foo Fighters que está no palco, Dave Grohl puxa o riff da música que abrira o show, que para surpresa dos fãs, essa música é a pesada “White Limo”, que recebeu Grammy 2012 de Melhor Performance Hard Rock/Metal, e recebe a participação de, nada mais, nada menos que Lemmy Kilmister do Motorhead no videoclipe oficial da música que foi completamente gravado em Fita VHS.

Quando termina a música de abertura e você pensa em respirar, o excepcional baterista Taylor Hawkins aplica uma daquelas suas viradas e já emendam nos primeiros simples e inconfundíveis acordes de “All My Life”, que só não é cantada em coro, porque a galera prefere pular e bater cabeça enquanto a mesma é tocada. Em seguida vem o perfeito instrumental e entrosamento de “Rope”, que assim como “White Limo” são do mais recente premiado e aclamado álbum “Wasting Light” de 2011. Em seguida é tocada a música do melhor e mais lembrado clipe já produzido pela banda, “The Pretender”, que durante a execução desta música é possível observamos como a banda gosta de passear em clássicos do Rock, em alguns trechos de suas músicas. No trecho de “The Pretender”, em que o ritmo cai um pouco, os caras mandam uns solos de guitarra que muito se assemelham com AC/DC, e depois voltam a tocar The Pretender em ritmo frenético. Nessa levada de clássicos, a banda desfila durante todo o show, trechos de AC/DC ao cover de “In the Flesh?” do Pink Floyd, passando por “I’m The One” do Van Halen.

Então é tocada “My Hero”, e é feita uma pausa para que Dave converse com público, enquanto afina sua semi-acústica Gibson azul para execução da clássica “Learn to Fly”. Os caras não param nos primeiros 30 minutos de show. São tocadas 5 músicas em sequência, numa pedrada só, sem parar.

Dave já havia dito algumas vezes que “These Days” é a sua melhor composição, e ao tocar o dedilhado inicial da música dedicou-a aos ex-companheiros de Nirvana: “-Esta música está no novo disco, se chama These Days. Queria dedicar a duas pessoas que não puderam estar aqui hoje. Esta vai pro Krist e pro Kurt.” Vale lembrar que, há 20 anos atrás o Nirvana fez um show épico no Reading Festival, show este que em 2009 acabou sendo lançado em DVD.



O show tem algumas surpresas em termos de repertório, como “I’ll Stick Around” que assim como a já citada “Alone + Easy Target”, que não era tocada ao vivo há muitos anos, e também é do primeiro álbum e uma das mais pesadas e grunge do Foo Fighters.

Outras surpresas ficaram a cargo de “Winnebago”, música que foi gravada por Dave Grohl sozinho em uma cassete intitulada “Poketwatch” no ano de 1991, e lançada no ano seguinte após a explosão que o Nevermind do Nirvana causou na mídia.

“Wattershed” e “Exhausted”, ambas do primeiro álbum, também foram surpresas, a primeira música citada é gritada por Dave do começo ao fim e com um riff ótimo e ritmo acelerado, vicia a quem escuta.

Como de costume o show é encerrado por “Everlong”, que figura entre os melhores refrões da história do Rock, e é a trilha sonora da vida de muita gente.

Segue o show citado no Youtube:


Esse show, por ser de um grande festival, foi usado aqui apenas para servir como base do que é o Foo Fighters hoje. Acho que precisava ser exaltado onde a banda chegou, depois de Dave Grohl começar tudo do zero. Ir do céu ao inferno, que era encerrar as atividades do Nirvana após a tragédia do suicídio de Kurt Cobain. E voltar ao céu, ao gravar suas melhores composições em uma Fita K7 sozinho, tocando todos os instrumentos, montando uma nova banda, voltando a tocar em lugares para 100, 150, 200 pessoas, e hoje a banda lota estádios sozinha e contabiliza 4 Grammys de melhor álbum Rock. Lembrando que um desses álbuns, o One By One de 2001, foi gravado dentro de um porão, e o Wasting Light de 2011 foi inteiramente gravado em fita analógica e na garagem da casa de Dave, o que enobrece o lado  Rock n’ Roll, “cru”, feito pelo grupo. Foi a banda de rock mais premiada em 2012, com Grammys  de Melhor Documentário Musical, ao de Melhor Heavy Metal, gênero em que obviamente, a banda não se encaixa, mas ainda assim se sai vencedora.

Dave Grohl conseguiu começar a carreira e atingir o topo do sucesso duas vezes na vida.

Para encerrar, é importante tocarmos no seguinte assunto: No último sábado (29), o Foo Fighters realizou em Nova York, no Central Park lotado, o último show da tour mundial de divulgação do álbum Wasting Light, no Global Citizen Festival. A banda volta a se reunir para algo só em 2014, provavelmente. O grupo entrará de férias, e em 2013 irão concentrar suas atenções em projetos paralelos, e posteriormente em um álbum novo.

Assim se encerra a mais bem sucedida tour da banda. E sem desespero porque o Foo Fighters NUNCA irá acabar!


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