quinta-feira, 17 de abril de 2014

A Escola de Rock com a banda Pré Histórica


Banda ensina história no ritmo do rock...







Original é o primeiro adjetivo que podemos dar a banda Pré Histórica, que aposta em um som didático para preparar e ensinar história a seus alunos, no que reflete a verdadeira escola de rock no Brasil. Formada pelo professor Christian Machado e complementada por alunos e ex estudantes, o grupo exibe um repertório baseado em fatos históricos através do rock n' roll. Nós do Galera Do Rock conversamos com o criador do projeto e ele contou um pouco da maneira que eles trabalham a música nas escolas e deu suas opiniões sobre outros fatores que vão em torno da política no país.





Pra quem não conhece. Quem são os integrantes e quem idealizou a banda Pré Histórica?
Christian Machado: Eu sou vocal e guitarra base, Gabriel Day contrabaixo, Ricardo Bordgnion bateria e entrando agora Juliano Henning na guitarra solo. A ideia do projeto e também da banda foi minha.


Houve algum caso em sala de aula que fez com que você pensasse em montar a banda? 
CM: Na verdade não. Sempre utilizava paródias como qualquer professor, mas como já era músico, resolvi colocar minhas melodias nas letras que utilizava em sala, o resultado foi bom e cerca de dois anos depois formei a banda com meus alunos e ex-alunos.



De que forma vocês costumam trabalhar em seus shows e nas escolas?
CM: Há duas possibilidades: quando é um colégio de ensino regular fazemos um show de uma hora e meia a duas horas com nossas músicas (as vezes há uma palestra) e a outra possibilidade geralmente usamos nas universidades, onde faço uma palestra mostrando como utilizar o material (CD) em sala de aula.


Como foi a primeira apresentação?
CM: A primeira apresentação como banda ocorreu no dia 14/03/2012 no Colégio Castelo de Blumenau, inclusive foi transmitido pela TV Furb, canal local. Foi fantástico. Pois todos já conheciam as músicas, tocar num local onde cantam junto com você, foi muito legal.



Você tem uma música preferida? E tem alguma que é considerada um hino, que todos sabem a letra?

CM: Preferida? Acho que gosto de todas (risos). A galera curte muito a música "Pré-história", pois ela é de refrão “grudento”, é automático. Começamos e o publico canta e o refrão vem junto, nem que seja a primeira vez. (Rafael, confere vc mesmo https://soundcloud.com/prehistorica/pr-hist-ria





Recentemente vocês lançaram um CD. Como que foi o preparo dele, quem produziu?

CM: Sim. A gravação e edição do CD ficou a cargo de Luiz Júnior, do Plugin Studio, aqui de Blumenau. 


Como funcionou a composição das músicas?

CM: As melodias e letras são de minha autoria, elas já estavam prontas. A gravação ocorreu tranquilamente, quase todas foram gravadas de um a três takes.


E a receptividade da galera nas escolas? Em relação a aqueles que não gostam de rock:

CM: Tem sido ótima. Geralmente os jovens gostam, pois é um rock que não é tão pesado. Mas 95% aceita bem, inclusive rompendo barreiras, pois pessoas que gostam de funk, rap, até mesmo do gênero gospel. Acho que isso acontece porque há poucos grupos com essa proposta de rock didático.


Os shows são realizados somente nas escolas locais? E quem tiver interesse em vocês, como faz?


CM: Não. Já tocamos em bares, teatros, festivais de rock, empresas, ginásios esportivos, programas de rádio e TV aqui de Blumenau e região. Quem tiver interesse em um show ou palestra pode entrar em contato através do site www.bandaprehistorica.com lá você encontra nossos contatos.



Bom... Saindo um pouco do lado musical. Como analisam a educação no Brasil? 

CM: Penso que há muito para melhorar. Nós recebemos pouco, estamos desmotivados, e o aluno não tem interesse em estudar num sistema onde ele é literalmente “empurrado” para as séries seguintes, ele não necessita estudar, pois sabe que no final do ano o conselho de classe e o diretor passam eles automaticamente de ano e assim, formamos, analfabetos funcionais e políticos, pessoas que batem no peito de orgulho ao dizer que odeiam política. Escolas sucateadas, salários baixos, e falta de interesse do governo em investir, pois sabem que o investimento transforma mentes e torna o povo culto. Estudar para passar no vestibular, porém há vida após o vestibular.


Como funciona a relação de vocês com os alunos no campo político social?
CM:Além de história, leciono sociologia, filosofia e geografia. Nas minhas aulas procuro mostrar o que acontece nessas áreas e pedir, ou quase implorar, para que eles sejam pessoas politizadas e críticas, sempre peço que duvidem de mim e busquem assim uma pesquisa maior sobre o assunto.

Além da música. De que forma vocês propõe os debates? 
CM: Os debates acontecem, porém não durante as apresentações da banda, fica mais nas minhas aulas mesmo.


De que maneira a música pode contribuir para a educação do país?
CM: Ela pode ser uma ferramenta para tornar as aulas mais atrativas aos alunos de hoje, que têm um contato enorme com tecnologia desde cedo. Entra ano e sai ano, e as aulas continuam a mesma coisa desde o século XIX: uma sala com carteira e quadros, onde o professor fala e o aluno ouve... Resumindo chato.


Recentemente você viu o fato prova de Filosofia, em que a questão colocada com Walesca Popozuda como uma grande pensadora contemporânea com sua letra "Beijinho No Ombro". Como você analisa o fato?
CM: Pra falar a verdade achei bem divertido, só achei que o aluno foi exagerado em ficar reclamando. Essa ideia de politicamente correto demais me irrita, exemplo: o professor não pode escrever isso numa prova, "ah o professor disse um palavrão", sendo que o mesmo aluno falou as vezes (nem todos) 50.000 palavrões. Estamos criando uma geração sem opinião crítica, mas que critica tudo que é diferente, não vejo mal algum em colocar isso numa prova. E é claro que quando a coisa apertou, a ditadura da opinião em que vivemos, obrigou o professor a pedir desculpas.


O que mais lhe preocupa nas escolas por onde passam?
CM: A preocupação extrema, apenas com algumas disciplinas, não vou citar quais são, mas você já deve imaginar aquele aluno falando assim: “ah! Dá nada, essa matéria não reprova” E o pior é quando o diretor fala isso para o professor.
Também, temos a violência, principalmente entre as meninas, parece que virou moda filmar brigas de meninas.

Escolas perto de Bocas de Fumo, onde o traficante é mais influente que um professor.

Falta de apoio aos professores.

Falta de material para os alunos. Enfim, ficaria até amanhã aqui reclamando disso, infelizmente não há interesse em reverter essa situação por parte do governo.


Certo... E agora deixe um recado para o pessoal que acompanha vocês e a quem curte uma boa aula de história:

CM: Queremos agradecer a todos que nos acompanham através de nossas redes sociais, e pedir que comprem o nosso CD (risos). Abraço a todos!




Bom, galerinha do rock! Ouçam abaixo o trabalho completo da Pré Histórica e compre também o CD dos caras, que está no valor de apenas R$ 25,00. SAIBA MAIS AQUI






Links

https://www.facebook.com/BandaPreHistorica

http://www.bandaprehistorica.com/

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