Em entrevista a Veja, Lobão voltou a falar de diversos assuntos, entre eles seu livro, lei Rouanet, artistas da MPB e do seu público nos dias de hoje "É gente de 12 a 50 anos, que canta as músicas que não tocam no rádio. Meu público é muito seletivo. Não quero ficar tocando grandes sucessos. Faço rock”n”roll da melhor qualidade e sei que tenho o melhor show do Brasil. Faço shows o ano inteiro. Aprendi a tocar guitarra direito, à ter gosto por cantar, me tornei um bom letrista. Se eu não tivesse como viver de música, estaria morto. Estou me lixando para o mainstream. Agora, eu pergunto: quem da minha geração está fazendo música hoje? Está todo mundo debaixo da Lei Rouanet", contou o vocalista.
Ao falar da Lei Rouanet o músico mais uma vez mostrou sua revolta com o projeto em relação a cultura Brasileira "Ela é perversa. Acho que o Rouanet, quando idealizou a lei, pensou em quem fazia música experimental, um Arrigo Bamabé da vida, gente que faz pesquisa musical, que não sobreviveria sem o mercado. Ou nos artistas que estão começando. A lei é maravilhosa para isso. Mas o modo como ela é usada hoje não está certo. Se você coloca vários medalhões na parada, a empresário vai pegar aquele que rende mais. Você não vai colocar uma coisa pequenininha com um medalhão. O mais grave é o seguinte: de uma forma ou de outra, com a lei, o Estado dá dinheiro e transforma o artista num militante.", explicou.
Ele também respondeu se já chegou a recusar a oferta de 2 milhões da Lei "Mais precisamente 1.996.000 reais. Sou sócio da minha mulher numa produtora, e ela me incluiu em um projeto sem o meu conhecimento. Só soube depois que o pedido havia sido aprovado. Fiquei bravíssimo", disse.
Com este projeto existem músicos renomados aprovados hoje, como Rita Lee, Claudia Leite, Humberto Gessinger, Paula Lavigne, cujo havia sido uma dos alvos do cantor em uma entrevista no mês de maio. Ao falar de outros artistas da MPB, Lobão falou de Caetano Veloso "Ele até é uma pessoa querida, mas há muita tempo o que faz deixou de ser relevante. Acho até engraçado o jeito de o Caetano tocar rock. Ele toca com o dedinho levantado, como se estivesse tomando um cafezinho. Para falar a verdade, não acho o trabalho dele substancial desde o disco Muito, de 1978, lá se vão mais de trinta anos. O Gil também, desde a época do Refavela, do Realce, parou no tempo.", diz. E depois ao ser perguntado sobre Chico Buarque, o músico foi efusivo nos comentários "Desse eu nunca gostei mesmo. Nada pessoal, mas é que ele é daqueles que têm inveja da pobreza. A prosódia dele me dá urticária. Nunca foi sinônimo de subversão. O Chico era o garoto que toda mãe queria ver casado com a filha. Minha mãe adorava o (ex-presidente da República Emílio Garrastazu) Médici, de olhos azuis, e o Chico Buarque, de olhos verdes. Ela não sabia direito onde terminava um e começava o outro.", conclui.
Música nova tocada ao vivo!
Lobão está em gravação de uma nova música, intitulada 'Eu Não Vou Deixar' da qual a letra faz referências ao FDE e ao Capilé. A canção deve sair daqui a algumas semanas. Ele também falou um pouco do processo de composição, e da maneira Lobão de ser para com a música "Sou muito exigente naquilo que eu faço. Faço 100 músicas para considerar uma boa. Escrevo 1.000 páginas para publicar 248. Tenho uma gana que um cara de 18 anos não tem. E um de 55, muito menos. Geralmente um cara da minha idade está numa curva descendente. Eu, não. Considero-me um jovem escritor e um músico veterano. E sei que o meu melhor ainda não chegou",contou.
Para ler a entrevista na íntegra --> http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/lobao-em-mais-uma-entrevista-polemica-os-protestos-de-rua-pareciam-desfile-de-escola-de-samba/
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